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Leonardo Zanatta e a maturidade de quem entende o poder da arquitetura (Foto: Paulo Dalessandro)

Frescor criativo

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Conheça Leonardo Zanatta, o arquiteto que foi destaque na lista mais recente da Forbes Under 30
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Ele tem 27 anos e já é um dos arquitetos mais promissores do Brasil. Assina sua própria linha de mobiliário, está à frente da coordenação de projetos do estúdio Ohtake e quer compartilhar com as pessoas o alcance que a profissão tem através do seu caráter social. Conheça Leonardo Zanatta, um jovem criativo de destaque nacional.

Em 2021, Zanatta foi surpreendido com a indicação para a lista da Forbes Under 30 Brasil. A publicação, que é considerada a mais relevante de negócios e economia do mundo, reconhece profissionais de diferentes áreas de atuação e joga um holofote sobre os jovens que estão em destaque em suas profissões.

Prêmios e visibilidade 

O arquiteto gaúcho, que ingressou na faculdade de Arquitetura e Urbanismo aos 17 anos, começou a ganhar evidência quando seus projetos em concursos ganharam prêmios. Ele soma três vitórias no Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura, além de 20 premiações e menções nacionais e internacionais. No ano passado, Zanatta foi o único arquiteto das Américas entre os selecionados pela Prefeitura de Abu Dhabi em um concurso para intervenções em espaços públicos em Dubai.

A indicação para a lista abriu portas que Zanatta está aproveitando através de parcerias e convites. Conversamos com o arquiteto para conhecer o caminho que o trouxe até aqui e os planos para o futuro.

Ilustração de peças de um mobiliário vermelho de Zanatta
Com uma linha própria de mobiliário, Zanatta já demonstra personalidade (Foto: Divulgação)

A arquitetura foi uma agradável surpresa

A curiosidade infantil e a busca por algo que o permitisse fluir artisticamente foi a porta de entrada para a arquitetura. “Desde a infância tive uma tendência a atividades voltadas para a arte, eu desenhava e almejava estar na indústria criativa”, conta o arquiteto, ao lembrar que os pais não apoiavam muito uma carreira que tivesse uma vertente artística. “Eles achavam que arte não daria dinheiro, então fui buscar um meio de trabalhar com criatividade de forma profissional”, relembra.  

A graduação em Arquitetura e Urbanismo, cursada na Universidade de Passo Fundo, foi algo que uniu a paixão pela criação com as necessidades práticas. “Acabei começando a arquitetura sem saber exatamente como era a profissão, mas fui me apaixonando e hoje não me imagino fazendo outra coisa. Se eu deixasse de fazer arquitetura hoje eu não sei que caminho eu traçaria”, confessa.

Zanatta lembra que sempre foi muito imaginativo, ele queria buscar uma forma de materializar algumas coisas idealizadas em pensamento. “A arquitetura é uma coisa que te dá esse poder, a gente consegue imaginar as coisas e construí-las na vida real e isso é muito legal”.

Ele recorda que foi um bom aluno, mas tinha preferência pelas disciplinas de projeto, tanto arquitetônico como de urbanismo, pois era quando tinha mais liberdade para soltar a imaginação e criar. Durante a faculdade, Zanatta trabalhou em um laboratório dentro da universidade, atuava com representação gráfica e isso acabou dando ao então aluno um poder de representação muito bom em produção de imagem e desenho. “Eu conseguia mostrar o que eu estava pensando de uma maneira muito clara”, explica. 

Logo após formado, Zanatta saiu do Rio Grande do Sul e foi para Santa Catarina, atuou como trainee em uma empresa ligada ao ramo da construção civil em Balneário Camboriú. “Foi um tempo em que eu me dediquei muito para a participação em concursos, aquele poder de representação que exerci durante a faculdade me deu experiência para ganhar muitas premiações”. 

Referências

Quando fala sobre suas referências, Zanatta conta que procura bastante inspiração fora da arquitetura para produzir. “Acredito que nós estamos em um momento em que a arquitetura está se repetindo, tanto arquitetura, como em interiores. Percebo que, ao invés de procurar por novas inspirações, os arquitetos pegam soluções que já estão prontas e replicam, porque é mais confortável do que pensar em alguma coisa nova”, comenta.

Por isso, o jovem arquiteto busca fontes alternativas para suas criações. Seu olhar está bastante voltado para profissionais da moda, como a estilista holandesa Iris Van Herpen. “Ela produz roupas que têm uma pegada arquitetônica, tem muita proximidade do digital e utiliza corte a laser para produção das roupas, ela consegue fazer o projeto inteiro da roupa no computador antes de executar, é uma coisa que eu admiro”, detalha.

imagens de um desfile
Coleção de alta costura da estilista holandesa Iris Van Herpen (Foto: Divulgação)

Outra grande inspiração vem de Virgil Abloh, designer de moda que foi diretor artístico da coleção masculina da Louis Vuitton. Ele faleceu em 2021, mas o legado permanece alimentando as referências de Zanatta e tantas outras pessoas criativas.

desfile
Talento na criação, Virgil Abloh deixou seu legado (Foto: Divulgação)

Existe ainda outro movimento que alimenta as ideias de Leonardo: a arte suprematista russa. Esse movimento foi criado em Moscou no início do século 20 e tem como principal característica a abstração geométrica na criação das peças. Foi um importante marco na história da Arte Moderna e até hoje reverbera influências. “Tem muitas formas que saem dessa inspiração para produção das peças que faço em minha linha própria de mobiliário”, contextualiza.

obra de arte
Composição Suprematista, Kazimir Malevich, 1916

Carreira em ascensão 

Ele é jovem, começou a conhecer a arquitetura há apenas uma década, mas é dono de um talento inegável. Prova disso são as premiações e a menção na lista da Forbes. Quando fala sobre o poder que a arquitetura e o urbanismo têm para a sociedade, Leonardo Zanatta demonstra toda maturidade de quem sabe o que está fazendo.

peça do mobiliário de Zanatta
Design de Leonardo Zanatta (Foto: Divulgação)

“A arquitetura é uma profissão muito bonita. As pessoas precisam saber mais sobre arquitetura e entender o quão importante ela é, não só para interiores, mas também pelo caráter social que a profissão tem enquanto urbanismo, para garantir a acessibilidade das pessoas a equipamentos públicos e para tornar a cidade mais inclusiva”, idealiza.

Boa parte de sua carreira foi vivenciada em Curitiba, capital paranaense que o acolheu e deu oportunidades, entre elas o trabalho colaborativo com o Estúdio Latino Design, marca de mobiliário contemporâneo.

poster coleção Zanatta Estúdio Latino Design
Design assinado e lançado pelo Estúdio Latino Design

Planos e projetos

Na esteira de produção, Zanatta conta entusiasmado que está envolvido em planos distintos e promissores. Entre esses projetos está a aproximação com o estúdio Ohtake. Leonardo está à frente da coordenação de criação da Ohtake, trabalhando ao lado de Rodrigo Ohtake na reestruturação da linguagem e da estética do escritório.

Além disso, está desenvolvendo uma linha de iluminação. Ele continua com sua marca própria, a ELZ Design, e com parcerias e colabs que tanto gosta de realizar.

Quando questionado sobre como se sente ao saber que é um dos nomes mais promissores da atualidade no segmento de arquitetura e design, Zanatta traz as memórias do início da faculdade.  “Eu não entendia exatamente a diferença entre um arquiteto e um engenheiro até entrar na faculdade. Ter passado por todo esse processo de aprender o que é arquitetura, repertorizar, estar produzindo um trabalho que as pessoas passaram a ver como relevante é uma coisa muito legal. Saí do interior, onde a mentalidade é muito engenheirista ainda. As pessoas procuram um engenheiro para projetar as casas e não um arquiteto. Sinto que consegui transcender isso”, conclui.

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