Já faz um tempo que a arte hiper-realista vem aparecendo nos grandes museus ao redor do mundo. No Brasil, o artista australiano Ron Mueck já teve suas obras expostas, há alguns anos, no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro.
Esse movimento começou em 1950, com os artistas americanos George Segal, Duane Hanson e John De Andrea. A sociedade estava passando por um momento turbulento em que as pessoas buscavam “a verdade”, uma arte que mostrasse somente a realidade.
Porém, só foi reconhecido como um movimento artístico em 1973, quando um curador belga chamado Isy Brachot realizou uma exposição chamada “Hyperrealism” em sua galeria de arte em Bruxelas. A mostra contava somente com obras exageradamente realistas.
Mas podemos considerar que essa busca pelo real sempre esteve presente na história da humanidade — e um exemplo disso é a arte renascentista.
Hoje, no museu The Kunsthal, em Rotterdam, é possível visitar a exposição Hyperrealism Sculpture, concebida por 28 diferentes artistas. Seu objetivo é mostrar réplicas humanas perfeitas.
A exposição apresenta corpos tão reais que você tem a sensação de que são atores interpretando diferentes personagens. As esculturas variam de escala, idade e gênero. Às vezes estão em escala real, às vezes diminuídas de tamanho, ou com algum tipo de distorção. São 35 obras de arte hiper-realista divididas em cinco temas, mostrando diferentes perspectivas do corpo humano.
Em sua maior parte, os artistas são australianos e americanos. Eles adotam diversas técnicas de escultura e usam materiais sintéticos como resina, silicones, olhos e cabelos artificiais.
É possível notar todos os detalhes de um corpo humano de verdade: os poros da pele, as veias, as unhas…
Ao entrar na exposição, você se depara com uma menina encostada na parede, com roupas reais e em tamanho real, e já começa a ver a exposição com outros olhos: será que é uma pessoa de verdade?
Aí você percebe pessoas ao redor dela se movimentando (são os visitantes) e se dá conta de que a menina faz parte da exposição. É a primeira escultura do espaço. E assim vai: por todo o caminho você se questiona: são pessoas de verdade? A sensação é de que elas vão piscar, movimentar um braço ou sair caminhando.
A arte hiper-realista não tem apenas a intenção de mostrar fielmente a imagem humana, mas de fazer uma crítica e analisar essa realidade. Também procura causar um certo desconforto ao observador. Alguns artistas hiper-realistas chegam até a fazer um questionamento profundo sobre clones humanos ao desenvolver essa arte.
Essa exposição conta com 35 esculturas, feitas por 28 diferentes artistas, e fica em Rotterdam até dia primeiro de julho de 2018 — mas pode ser que continue a rodar por aí.
Se você se interessou, fique de olho! Quem sabe ela não passa pelo Brasil?