Esta é uma mostra de arte contemporânea feita por artistas brasileiros. Mas, se a internacionalização da arte tem dissolvido as diferenças regionais, como distinguir a produção contemporânea brasileira daquela de outras partes do mundo?
Como se sabe, a noção de “brasilidade” não pode ser definida apenas a partir de uma essência homogênea ligada à geografia. O que aproxima certos artistas de uma tradição brasileira, além de um campo simbólico com o qual dialogam, são referências recorrentes a experiências compartilhadas, momentos históricos, normas sociais e transgressões. Ainda assim, os artistas frequentemente se confrontam e se envolvem com histórias da arte de diferentes regiões do globo. O título Passado/Futuro/Presente refere-se a relações entre o passado e o futuro, feitas por trabalhos de arte enraizados num presente caracterizado pela diversidade sem precedentes e pelo constante intercâmbio de ideias em escala internacional.
Incluindo pintura, escultura, instalação, fotografia, vídeo e performance, esta exposição apresenta um olhar sobre a prática de artistas reconhecidos como pioneiros da sua geração. A mostra traz trabalhos de artistas seminais, bem como várias âncoras históricas da década de 1970 que ilustram continuidades e rupturas conceituais entre passado e presente. Cinco núcleos estruturam a exposição com limites porosos, permitindo aos visitantes traçar seus próprios caminhos.
Fruto de uma colaboração entre o Phoenix Art Museum (Arizona, EUA) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, uma outra versão desta exposição foi exibida em Phoenix, em 2017. Foi a primeira exposição panorâmica de arte contemporânea brasileira no sudoeste americano, assim como a primeira mostra do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo nos Estados Unidos. Por apresentar uma das mais importantes coleções de arte brasileira do mundo, esta exposição pretende contribuir para a continuidade do debate sobre o que é e pode ser a arte brasileira, a partir do acervo do MAM.
Texto produzido pelos curadores Vanessa K. Davidson e Cauê Alves.