O design está presente em todas as áreas das nossas vidas e ganha um nível cada vez maior de refinamento e personalização.
Ele existe desde a pré-história e foi se aprimorando ao longo do tempo. No entanto, demorou para ser conceituado e difundido como uma espécie de ciência que une beleza e funcionalidade.
Ou seja, o design não está relacionado somente ao visual de um produto ou serviço. Trata-se, também, do processo de utilização.
Afinal, ele busca oferecer soluções fáceis de compreender e usar. E é a partir deste conceito que grandes nomes da arquitetura ganham destaque.
Podemos citar o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que criou projetos únicos, com uma identidade inconfundível.
Quer entrar de cabeça no mundo do design? Acompanhe as linhas a seguir para conhecer a história, entender como foi o desenvolvimento no Brasil, o que de fato é, quais são os tipos e o que faz um designer!
Como surgiu o design?
Na prática, podemos considerar que o design sempre existiu. Na pré-história, nossos ancestrais fabricavam ferramentas e faziam pinturas rupestres para se expressar, por exemplo.
No entanto, o conceito só começou a ganhar forma muito tempo depois. Foi durante a Revolução Industrial, no século XVIII, que as transformações tecnológicas favoreceram o desenvolvimento dele.
Mas foi apenas no século XX que apareceu a primeira menção ao termo “desenho industrial”, no livro The Art Craft of the Machine (1902), do arquiteto Frank Lloyd Wright.
E a definição de “design” surgiu mesmo com a fundação da Escola de Arte Bauhaus, na Alemanha, em 1919. O nome é uma inversão da palavra hausbau, que quer dizer “construção da casa”.
Portanto, há mais de 100 anos surgia a instituição considerada a mais importante na área. Usando experiências de guerra, ela mostrava como criar objetos que fossem artísticos e, simultaneamente, funcionais e industriais, com capacidade de fabricação em larga escala.
Contudo, em 1933 a escola foi fechada pelo governo nazista, que ganhava força à época. Para os nacional-socialistas, sua produção era “arte degenerada”.
Mas o design não morreu aí. Afinal, essa resolução acabou favorecendo a expansão do conceito mundo afora.
Por exemplo, em 1937 foi criada a New Bauhaus, em Chicago, nos Estados Unidos. Com isso, seus criadores, Walter Gropius, Lászlo Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe, se tornaram os arquitetos mais importantes do país.
De lá para cá, esse tema se desenvolveu e ganhou complexidade, com direito a ramificações como o design democrático.
Ou seja, o design é estudado por muitos especialistas e aprimorado por empresas e profissionais de diferentes áreas, em diversas partes do mundo.
O design no Brasil
No Brasil, o design começou a se expressar com a formação da cultura e da identidade nacional.
Isso ficou mais claro a partir do século XIX, ainda que não houvesse um curso acadêmico específico e o termo não estivesse difundido no restante do mundo.
Um dos marcos do design brasileiro foi a criação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), em 1963, no Rio de Janeiro.
Pouco tempo depois, em 1970, foi criado em São Paulo o Museu da Casa Brasileira. Na época chamado de Museu do Mobiliário Artístico e Histórico Brasileiro, o espaço era dedicado ao estudo das casas e do morar.
Hoje em dia, ele funciona como um centro de estudos que pesquisa a evolução da cultura material do Brasil.
Esse é um dos marcos da influência da cultura brasileira sobre o design no país. Isso porque, no passado, ele trazia muitas referências e inspirações internacionais.
Contudo, nas últimas décadas, profissionais aproveitam elementos nacionais — como história, cultura e materiais — para diferenciar seus produtos no mundo globalizado.
Afinal, o Brasil conta com uma riqueza de alegorias que faz brilhar os olhos de consumidores de diferentes países. É uma oportunidade e tanto de levar a brasilidade globo afora.
O que é o design?
Definir o design é uma tarefa um tanto quanto difícil. Afinal, essa é uma atividade que tem como responsabilidade criar, planejar e desenvolver produtos e serviços.
Por essas características, faz parte do trabalho de diversos profissionais, como arquitetos, designers de interiores, comunicadores, fotógrafos, pintores e ilustradores, entre outros.
Do inglês, o verbo to design quer dizer “projetar”. Sendo assim, é possível entender que o design envolve criação.
No entanto, como não existe uma fórmula mágica para a criatividade, ele também não é uma receita de bolo.
Isso fica claro na série documental Abstract: The Art of Design, que acompanha o processo criativo de grandes nomes, como o arquiteto Bjarke Ingels.
Até porque cada projeto precisa levar em consideração diversos fatores. Entre eles, as características e os gostos pessoais do criador ou do usuário, por exemplo.
Além disso, estética e função são premissas do design, que visa solucionar problemas por meio de produtos, sistemas e experiências.
Os principais benefícios
Um dos principais benefícios do design é a otimização da criação humana, já que combina estética e funcionalidade.
Em linhas gerais, essas características aparecem em alguns pontos muito relevantes dentro desse conceito:
- qualidade: ao adotar processos de design, é possível ganhar qualitativamente. Isso porque ele visa maior produtividade, bem-estar para as pessoas e melhores condições para o meio ambiente, por exemplo;
- inovação: busca por soluções originais, sejam elas para serviços ou produtos, em questões como função, material, tecnologia, modo de usar e sustentabilidade;
- identidade: por ser um processo de criação, o design consegue comunicar características e atributos de um jeito único, personalizado;
- comunicação: trata-se de um meio para artistas e marcas se comunicarem com seus públicos.
A diferença entre design e designer
Essa confusão entre os termos é muito comum. Então, antes de avançarmos, é bom deixar clara a diferença.
Basicamente, design é o processo de criação. Também é a palavra usada para se referir à área e suas vertentes, como design de interiores ou design de móveis.
Já o designer é o profissional que coloca em prática tais atividades. Ou seja, enquanto o design é o ofício, ele é o especialista responsável por aplicar os conceitos.
Seguindo o exemplo anterior, os profissionais devem ser chamados de designer de interiores e designer de móveis.
Quais são os principais tipos de design?
Como mencionamos, há diferentes tipos de design, que servem a áreas distintas de conhecimento.
No entanto, o conceito é basicamente o mesmo, já que elas mesclam estética e funcionalidade em produtos e serviços.
De uma maneira bem resumida, o design se divide nos segmentos:
- comunicação, para a construção de um discurso que faça sentido para o público-alvo de um determinado produto ou serviço. Envolve não só a identidade visual, como também a embalagem de um item e o seu material de divulgação;
- serviço, geralmente para agregar valor a um produto específico, seja ele tangível ou não. O principal objetivo é satisfazer a necessidade do público;
- ambiente, envolvendo o planejamento de espaços físicos. Além de funcionais e bonitos, eles precisam ser seguros, confortáveis e econômicos;
- produto, a partir do desenvolvimento de projetos que envolvem a definição da sua função e forma, assim como o da tecnologia.
Entretanto, dentro de cada uma dessas vertentes há inúmeras possibilidades de aplicação do design. Por isso, nas linhas a seguir, listamos algumas das principais para você entender melhor.
Design de interiores
Essa é a área do design que projeta e cria ambientes. É a responsável pela decoração dos espaços.
Os primeiros registros do design de interiores são bem antigos. Datam de 1.000 a.C, quando egípcios construíam casas de barro e usavam móveis de madeira e tapetes de palha para decorar.
Apesar disso, só ganhou essa nomenclatura no Brasil em 1990 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Antes, a área de atuação era conhecida como “arquitetura de interiores” ou simplesmente “decoração”. Contudo, desde 1959 o país conta com cursos voltados a esse mercado.
No dia a dia, o trabalho de um designer de interiores consiste em pensar ambientes bonitos e funcionais. Além, é claro, de confortáveis e seguros.
Isso vale tanto para espaços residenciais quanto comerciais e públicos. Afinal, o design de interiores pode ser aplicado em qualquer lugar.
Um ponto interessante do design de interiores é que ele é responsável pelo lifestyle de quem vai usar o ambiente.
É possível estimular a criatividade e a conversa, o relaxamento ou a concentração, por exemplo.
Tudo depende dos elementos escolhidos para o ambiente. Desde revestimentos até móveis, objetos de iluminação e decoração.
Por essa característica, frequentemente o designer de interiores se especializa em outras áreas.
Para ilustrar como isso acontece, um dos maiores nomes nesse ramo, Antonio Citterio, disse: “às vezes, enquanto eu faço um projeto de interiores, me vem a ideia de desenhar produtos para aquele ambiente”.
Arquitetura
Embora não carregue o conceito no nome, a arquitetura e o design estão interligados.
Isso porque ela precisa pensar em aspectos muito importantes para construções, como segurança, acessibilidade e conforto. Mas, claro, sem abrir mão da estética.
Nesse caso, a diferença para o design de interiores é que a arquitetura também pensa em pontos como o exterior, a construção civil e o urbanismo.
Tudo isso levando em consideração o momento e as necessidades da sociedade para, então, apresentar as melhores soluções. Portanto, é uma vertente que une habilidades de ciências exatas e humanas.
Assim como outros tipos de design, na arquitetura há várias maneiras de se expressar. Por exemplo, o estilo industrial, que está em alta hoje em dia, tem inspiração na Escola Bauhaus, que mencionamos anteriormente.
Os artistas designers e arquitetos naquela época usavam, principalmente, materiais como concreto, madeira e aço nas construções.
Mais recentemente, surgiu uma tendência que promete ficar em alta por muito tempo: a chamada Slow Down Design tem foco no bem-estar.
Há ainda outros caminhos para a atuação da arquitetura, que podem focar na forma, na funcionalidade ou na sustentabilidade, entre outras possibilidades.
Podemos citar como exemplo o design sustentável, que tende a aparecer em produtos, tecnologias, ou estilos de construção.
Design de móveis
Ainda dentro do mundo da arquitetura e da decoração, o design de móveis se faz muito presente no dia a dia de todos nós desde a antiguidade.
Como o nome sugere, essa é a vertente responsável pelo desenho de peças como cadeiras, mesas, sofás, poltronas e outros itens que, além de úteis, decoram áreas internas e externas.
Contudo, para a construção de mobiliário, são necessários diferentes conhecimentos, como tecnologias construtivas, processos de engenharia e materiais diversos.
Antigamente, essa era uma atividade desempenhada por marceneiros, que mantinham técnicas artesanais. Isso mudou desde a industrialização.
Grandes nomes se dedicaram ao projeto de móveis, como é o caso do norte-americano Charles Eames. Seu legado foi tão importante que até hoje o design de suas cadeiras e poltronas inspira marcas em todo o mundo.
Aqui vale destacar ainda o sucesso dos móveis brasileiros. Eles ganharam o planeta não só por conta dos desenhos inspirados na nossa cultura, mas também pelos materiais originais.
Design de produtos
Além de móveis, o design de produtos dá forma e função a outros objetos e soluções. Revestimentos, cobogós, eletrodomésticos, embalagens e até criações digitais entram para a extensa lista.
Também chamado de design industrial, ele é bastante abrangente e um dos mais tradicionais. Afinal, é aplicado a todos os bens de consumo.
Nesse contexto, alguns aspectos são fundamentais, como técnicas de fabricação, materiais, ergonomia e impacto ambiental.
Portanto, além de idealizar produtos, o profissional desse ramo ainda pode definir processos, acompanhar a produção e a distribuição de criações.
Pela sua relevância, esse é também um curso universitário, ideal para quem deseja se aprofundar e iniciar uma carreira como designer de produto.
Design de moda
No caso do design de moda, a aplicação dos conceitos se volta para a produção de roupas, sapatos e acessórios.
Ele ganhou força no século XV, quando as pessoas começaram a buscar uma diferenciação a partir da vestimenta.
Portanto, desde então as roupas passaram a representar personalidade, condição social e estilo de vida, por exemplo.
Essa é uma das vertentes mais dinâmicas, pois acompanha as mudanças e os acontecimentos da sociedade.
Ao comparar os produtos em alta em diferentes décadas, por exemplo, é possível ter uma noção da evolução da moda ao longo dos anos.
Silhuetas, tecidos e ornamentos mudam com o passar do tempo. E é justamente esse o papel de um designer de moda: entender o comportamento das pessoas para prever e se antecipar às tendências.
Inclusive, essa é uma área que abrange diferentes atividades. Um profissional pode ser responsável por pesquisa de mercado, modelagem, estilismo, produção e até fotografia.
Design gráfico
Já o design gráfico é aquele relacionado à comunicação visual. Originalmente, o conceito era aplicado ao profissional envolvido na produção de materiais impressos, ou seja, peças gráficas.
Jornais, revistas, outdoors e folhetos entram para a extensa lista de possibilidades de atuação do designer gráfico.
No entanto, com o avanço da internet, o trabalho passou a acontecer, em grande parte, de forma digital. Isso inclui a criação de artes para as redes sociais, anúncios, e-books ou banners.
Web design
É muito comum confundir web design com design gráfico. No entanto, o primeiro é responsável pela criação de páginas na internet, como sites e landing pages, softwares ou aplicativos.
Portanto, é um trabalho conjunto com a equipe de Tecnologia da Informação (TI).
Entretanto, o webdesign tem o papel de tornar as interfaces amigáveis e fáceis de usar. Sendo assim, também são aplicados conceitos de experiência do usuário (UX) e design de interface (UI), uma nova profissão no mercado.
Design de games
Um tipo de design que surgiu mais recentemente é o de games. Ele é voltado para o desenvolvimento de jogos em plataformas digitais. Desde consoles até computadores e celulares.
Além da criação com finalidade recreativa, é possível desenvolver atividades voltadas para a educação ou mesmo para simular e testar produtos.
Assim como em outras áreas do design, dá para atuar em diversas frentes: na pré-produção, na elaboração do roteiro e dos personagens, na programação ou nos testes de execução, por exemplo.
Qual é a função de um designer?
Como vimos, há diversas maneiras de expressar o design. E em todas elas é necessário contar com o profissional da área: o designer.
Mas, afinal, o que ele faz? Quais são as suas atribuições?
Bom, é possível resumir a função do designer de uma forma bem simplista ao dizer que ele é responsável por idealizar e desenvolver produtos, serviços, sistemas e ambientes.
No entanto, para responder a essa pergunta com mais precisão, é necessário saber a área de atuação do profissional.
Geralmente, esse trabalho é regulamentado por leis, estatutos ou regimentos dos conselhos ou das instituições responsáveis por cada classe.
Por exemplo, no Brasil, a Lei nº 13.639, de dezembro de 2016, regulamenta o design de interiores. No texto, há ainda as atribuições do profissional. São elas:
- dar assessoria a clientes na contratação de pessoal e na compra de objetos de decoração;
- elaborar plantas, cortes, elevações, perspectivas e detalhamentos em ambientes internos;
- desenhar e criar móveis e outros elementos decorativos;
- estudar, planejar e projetar ambientes internos;
- escolher cores, revestimentos e acabamentos;
- planejar ambientes internos.
Se você quer entender melhor sobre o processo de criação de diferentes áreas de atuação dos designers, além de saber como são suas atividades no dia a dia, uma boa dica é assistir à série Insight!
Como alavancar a carreira de designer
Pode parecer que há muita competição ou pouco espaço para crescer nesse mercado. Mas não é verdade.
Afinal, é um meio promissor, em que a criatividade tende a render bons frutos em praticamente qualquer cenário.
No entanto, é preciso considerar o investimento em marketing, ainda que seja apenas dedicando o seu tempo a estudar técnicas que aumentem a sua visibilidade.
Além disso, um designer precisa traçar um planejamento estratégico de sua carreira, que dê a clareza de onde se quer chegar e de quais caminhos seguir.
Nesse plano devem constar alguns pontos como:
- usar a análise Swot. Ou seja, considerar suas forças (strengths) e fraquezas (weaknesses), além das oportunidades (opportunities) e ameaças (threats);
- compreender o planejamento estratégico como uma ferramenta importante para a definição de metas e objetivos;
- pensar em estratégias para aplicar no curto prazo, considerando também as de médio e longo prazo;
- fazer com que a sua persona entenda seu negócio antes de tentar vender algo;
- utilizar o marketing como ferramenta estratégica que vai além das vendas;
- saber da importância de ter uma identidade visual única e marcante;
- acompanhar as mudanças no perfil de consumo dos seus clientes;
- entender que cada público-alvo (ou persona) está em um canal;
- criar estratégias para conquistar parcerias de sucesso;
- desenvolver o marketing de relacionamento;
- ter uma marca forte e bem construída.
Agora que você já sabe tudo sobre design, é hora de entender como ele se aplica na Portobello. Afinal, estamos sempre de olho nas últimas tendências para trazer novidades para o mercado. Acesse o nosso site e confira todos os produtos!