Com registros datados há centenas de anos, o design de interiores evolui e ganha cada vez mais relevância.
Um exemplo é o protagonismo que a casa ganhou nos últimos tempos, em que precisamos passar boa parte do tempo em isolamento social.
De lá para cá, o estilo de vida de muita gente mudou. A adoção do home office é só uma evidência de como as pessoas passam mais tempo no lar e como esse espaço se tornou tão importante.
E para ter uma casa refúgio, nada melhor do que recorrer ao design de interiores. Essa vertente do design tem foco na decoração de espaços internos.
Ela pode ser aplicada em qualquer ambiente, do quarto à cozinha. Isso inclui projetos comerciais ou de uso comum.
Quer entender o que é o design de interiores, descobrir como ele surgiu e o que faz um profissional dessa área? Fique com a gente até o fim!
O que é o design de interiores?
O design de interiores é a área responsável por idealizar, projetar e arranjar espaços internos — sejam eles residenciais ou comerciais —, sempre focando na funcionalidade e no bem-estar de quem vai usá-los.
Sendo assim, precisa considerar os gostos daqueles que vão usufruir dos ambientes, além dos objetivos com a decoração.
Isso porque há várias maneiras de pensar na disposição dos elementos, o que interfere no lifestyle das pessoas. É possível estimular o relaxamento, a criatividade ou a interação.
Portanto, o profissional dessa área escolhe materiais, revestimentos, mobiliário e outros itens que vão compor os espaços internos.
Por exemplo, o layout de um ambiente pode ser delimitado por paredes, divisórias e móveis, entre outras possibilidades.
Além da estética, o designer de interiores deve levar em consideração aspectos como segurança e conforto.
Por isso, esse é um profissional que precisa ter conhecimentos de engenharia, arquitetura, paisagismo e iluminação.
Esse leque de saberes também amplia o escopo de atuação no design de interiores. Isso porque é possível criar móveis e demais elementos ligados à decoração dos espaços internos.
Para atuar nessa área, é necessário fazer um curso de design de interiores. Contudo, outros profissionais se especializam nesse campo, como é o caso, principalmente, de arquitetos.
Design de interiores permite muitas possibilidades
De maneira geral, o design é amplo e permite explorar muitos recursos e visuais. Com o de interiores não é diferente.
Diversos materiais, formas, cores, texturas e estilos decorativos podem ser usados para os profissionais da área obterem os melhores resultados dentro do esperado pelos seus clientes.
Isso significa dizer que o design de interiores está em movimento, acompanhando tendências e comportamentos. Afinal, tudo se reflete na decoração, no modo de se vestir e até nos hábitos.
Atualmente, o foco é o bem-estar, como é o caso da tendência Slow Down Design.
No entanto, outros temas também aparecem com frequência em coleções e projetos, como a sustentabilidade e a funcionalidade, como acontece com o minimalismo.
Como ele surgiu?
O design de interiores teve seus primeiros relatos antes de 1.000 a.C. Já naquela época, o povo egípcio decorava suas casas de barro com elementos como móveis de madeira e tapetes de palha.
Eles também retratavam a história e a cultura por meio de pinturas nas paredes. Além de ajudarem a contar como viviam, os painéis eram uma forma de arte e decoração.
Mas o design de interiores não se restringiu a essa região. Com o tempo, foi se espalhando pelo mundo, ganhando corpo e profissionais, que ajudaram a aperfeiçoar técnicas para melhorar os projetos.
Entretanto, isso demorou um pouco para acontecer. No passado, o foco maior era na construção em si. Sendo assim, o décor ficava em segundo plano e não tinha tanta relevância.
Entre os séculos XVII e XVIII é que a decoração começou a ganhar espaço nos Estados Unidos e no Reino Unido. Foi então que surgiu, de fato, o design de interiores como conhecemos hoje em dia.
Nessa época, essa responsabilidade era muito mais de arquitetos. Contudo, aos poucos eles foram se associando a artesãos, que ajudavam a criar ambientes personalizados, com revestimentos, móveis e acabamentos que fizessem sentido do ponto de vista estético e funcional.
Foi dessa parceria que surgiu o profissional que hoje atua na área: o designer de interiores. Ele ganhou força a partir do século XIX, quando o avanço da indústria facilitou o acesso a produtos diversos.
Como chegou no Brasil?
O design em si demorou um pouco para ganhar corpo no Brasil. Por aqui, o primeiro curso na área surgiu em 1959 no Instituto de Arte e Design (IAD), em São Paulo.
Em seguida, alguns bacharelados começaram a ser ministrados em Minas Gerais e no Rio de Janeiro pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) e pela ETC Carlos de Campos.
No entanto, o termo “design de interiores” só foi regulamentado no país na década de 1990. A oficialização veio pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Portanto, essa é uma área considerada nova no Brasil, ainda que seu exercício aconteça há centenas de anos.
No passado, usavam-se nomenclaturas como “arquitetura de interiores” e “decoração” para se referir a ela, por exemplo.
Entenda a regulamentação no país
Se o termo “design de interiores” é recente no Brasil, a regulamentação da profissão é ainda mais nova. Foi só em dezembro de 2016 que a Lei º 13.360 foi sancionada, reconhecendo-a.
Isso foi possível graças à pressão da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), que lutou pela oficialização no país.
A partir de então, para atuar como designer de interiores, passam a valer cursos técnicos, tecnólogos ou graduações na área.
Com a legislação, ficaram mais claros os princípios, as competências e os deveres da profissão, padronizando a sua atuação no território nacional.
Entre os principais pontos descritos pela regulamentação, estão:
- elaboração de plantas, elevações, cortes, perspectivas e detalhes de áreas internas;
- desenho e criação de móveis e outros elementos de decoração;
- assessoria a clientes para a compra de objetos decorativos;
- estudo, planejamento e projeção de ambientes internos;
- seleção de cores, revestimentos e acabamentos.
Qual a diferença entre design de interiores e arquitetura?
Muita gente confunde design de interiores e arquitetura. Até porque, muitas vezes, o mesmo profissional atua nas duas frentes.
Contudo, há algumas diferenças.
No design de interiores, o foco é na decoração de ambientes internos, sempre levando em conta os aspectos que citamos, como estética e função.
Já a arquitetura envolve também outros assuntos, como áreas externas, construção civil e urbanismo, por exemplo.
Portanto, esta última une ciências exatas e humanas para projetar espaços que levem em consideração as necessidades das pessoas e o momento atual da sociedade.
Para quem está na dúvida sobre qual caminho seguir profissionalmente, uma dica é olhar a grade curricular de ambos os cursos. Assim, é possível entender melhor a atuação de cada área.
O que faz um designer de interiores?
O designer de interiores é o profissional que coloca em prática todos os seus conhecimentos na hora de decorar ambientes internos.
Como essa é uma profissão que vai além da estética, seu escopo de atuação varia, podendo ser, por exemplo:
- em sustentabilidade, aplicando técnicas e escolhendo materiais que ajudem a preservar a natureza;
- na construção de cenários de programas de televisão, filmes ou peças de teatro;
- na decoração de interiores de meios de transporte, como aviões e barcos;
- em ações sociais voltadas para a acessibilidade;
- no design de móveis planejados ou objetos;
- projetando ambientes como um todo.
O dia a dia de um designer de interiores
As funções de um profissional de design de interiores vão depender da sua área de atuação. De maneira geral, o dia a dia é na frente do computador, idealizando e projetando os espaços.
O projetista também pode precisar desempenhar outras funções, como coordenar as atividades na obra, visitar fornecedores e lojas etc.
Entretanto, é possível atuar no meio acadêmico, dando aula ou realizando pesquisas. Outro caminho é o visual merchandising para lojas e marcas.
Nesse caso, o designer de interiores é responsável pela apresentação dos produtos — o que, em muitas situações, envolve a simulação de espaços.
Ainda é possível se especializar em fotografia de ambientes, na produção de representações tridimensionais (maquetes), na curadoria de mobília e arte e por aí vai.
Se você se interessa por design de interiores e gosta de ficar por dentro das principais tendências, está no lugar certo.