Corredor Vasariano: um pouco da sua história e as reformas para o futuro
O ponto mais encantador do Corredor Vasariano é que ele atravessa o Rio Arno — famoso rio que corta a cidade — percorrendo um trajeto por cima da prestigiada Ponte Vecchio.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as pontes da cidade foram praticamente todas bombardeadas. A única conservada foi a Ponte Vecchio e, com isso, tivemos também a preservação do Corredor Vasariano.
Giorgio Vasari foi escolhido para executar a conexão entre esses dois grandes pontos da cidade com algumas intenções. Em 1565, Francisco I, o primogênito de Cosimo I, se casaria com Giovanna, filha do Imperador da Áustria. A família Medici resolveu construir uma verdadeira via aérea para impressionar os austríacos e garantir a segurança de todos. Com um tempo recorde de menos de seis meses, a obra não só deixou todos encantados naquela época como também nos fascina até os dias atuais.
Caminhar pelo corredor é como estar em um filme de época, imaginando quantas vezes nomes importantíssimos transitaram por ali e quantos momentos cruciais da história fizeram parte de uma “simples” passagem.
Além dos prazeres de prestigiar as obras expostas, sua posição elevada permite que você percorra uns dos lugares mais bonitos do centro histórico fiorentino. Em alguns momentos com janelas estreitas, outros com janelas largas, o corredor também atravessa a igreja Santa Felicità, onde a família Medici costumava assistir à missa através de um balcão de vidro, sem ser incomodada pelos fiéis.
No ponto central onde o corredor atravessa a Ponte Vecchio, abre-se uma das mais belas vistas panorâmicas de todo o caminho. As aberturas foram criadas por ocasião de uma visita de Adolf Hitler, que pareceu se impressionar com a visão a ponto de pedir que a ponte não fosse destruída durante a Segunda Guerra Mundial.
A entrada da passagem está localizada no primeiro andar da Galleria degli Uffizi, maior museu renascentista do mundo, em um ponto praticamente anônimo. Turistas que passam diariamente pelo local muitas vezes nem imaginam o tesouro que está escondido por trás daquela porta. A ideia de entrar em um lugar que não é acessível a todos e, portanto, um pouco privilegiado e quase misterioso, torna a visita ao Corredor Vasariano mais excitante e fascinante ainda.
Como fazer para visitar esse incrível museu? Infelizmente, ele se encontra fechado, em reforma. Por muitos anos foi liberada a visitação apenas na presença de guias e seguranças, onde era possível apreciar a exposição de mais de 600 pinturas de artistas italianos e estrangeiros dos séculos XVI e XVIII e uma coleção europeia completa de autorretratos.
Atualmente, a reforma do corredor de 1km promete criar o maior museu da Europa. Um projeto um pouco polêmico, visto que as obras deverão ser transferidas. Porém, esse foi o acordo firmado entre Eike Schmidt — coordenador da Galleria degli Uffizi — e o prefeito de Florença, Dario Nardella.
Palazzo Pitti, Jardins de Boboli, Ponte Vecchio, Corredor Vasariano, Galleria degli Uffizi e Palazzo Vecchio, interligados em um único percurso, permitindo o acesso a todos. Com o fim das obras previstas para 2018, seguimos ansiosos para conhecer esse museu extraordinário!
Surpreendente!
Tive o privilégio de atravessar esse corredor, há uns anos atrás. Me impressionou os inúmeros auto- retratos de vários artistas.... E a incrível idéia do arquiteto q projetou esse caminho , bem escondido e bem nobre...
Simplesmente extraordinário,uma relíquia do mundo... Não conhecia e gostei da história, parabéns por deixarmos saber um pouco desse País lindo. Grato Luiza Vegini e abraços.