Conheça Islândia: segundo destino do Coletivo Criativo Portobello
O país inspira pelo design. Casas coloridas, lojas de artes situadas nas ruas estreitas, montanhas, luz natural. A Islândia abriga a maior geleira da Europa e 15% do território é coberto por neve. Possui também 120 vulcões, sendo 20 ativos, e lava petrificada. Tudo é diferente, harmônico e surpreendente. Há muito para descobrir neste país que é destino do segundo Coletivo Criativo Portobello. Neste artigo, vamos mostrar em detalhes o roteiro dos arquitetos em busca de materiais, texturas, relevos, cores e muitas outras inspirações para a criação de um novo produto em porcelanato.
Os profissionais embarcaram domingo (20) com destino a Paris. De lá, seguiram viagem e desembarcaram em Reykjavík, às 20 horas, horário local. Apesar da baixa temperatura, o grupo, que foi recepcionado com apenas 6ºC, não se intimidou. A sensação de frio foi transformada em entusiasmo e deu espaço à vista incrível da natureza e sua integração com a arquitetura.
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“Por mais que a gente não entenda a língua do local, entendemos sobre arquitetura. Por mais estranho que o país seja para nós, brasileiros, na arquitetura, temos o traço como união. Ano passado, na Dinamarca, fomos tradutores de uma cultura diferente também, visitando a região e criando novos produtos a partir da experiência e workshops. Não será diferente dessa vez na Islândia. Estamos aqui conhecendo a arquitetura, design, vegetação, vulcões - que devastam tudo, mas que a paisagem se renova a cada ano. Está sendo enriquecedor para toda a equipe e bons frutos virão”, afirma o Coordenador de Produto da Portobello, Eduardo Scoz.
Escritório de arquitetura PKdM
A terça-feira (22) foi reservada ao conhecimento. Ainda no hotel, um workshop apresentou ao grupo o processo de inovação da Portobello e de como funciona, na prática, o Coletivo Criativo. O primeiro destino nessa pequena cidade que esbanja beleza e encanta os olhos foi o escritório PKdM. Um estúdio de arquitetura e design nórdico, conhecido pelas soluções avançadas e estruturas que resistem ao tempo. O tour foi guiado pelo sócio da empresa, o brasileiro Fernando de Mendonça.
Na visita técnica, os profissionais puderam detectar com precisão a forma de construir daquele país. O alumínio corrugado é utilizado em fachadas como isolamento térmico. O beneficiamento do produto é a terceira maior atividade econômica do país. “Nos foi apresentada uma nova perspectiva do espaço urbano, por meio de uma arquitetura robusta capaz de suportar o tempo, ou seja, ser atemporal. Eles são super atentos ao detalhes. Têm um trabalho bastante minimalista, posso dizer que muitas vezes, essencialista”, fala admirada a arquiteta catarinense, Cíntia Cristine Brand.
Vislumbrado com a riqueza das informações, o arquiteto Edgar Monteiro conta que como profissional se deparou com situações bem diferentes da realidade brasileira. O sistema construtivo, segundo ele, é oposto ao nosso, requer detalhamento diferenciado por conta do clima rígido, furacões ou terremotos. Existe ainda a escassez de material. Alguns são importados do Brasil, como a madeira, por exemplo. “É impressionante o poder das pessoas em se adequar e se sobressair, especialmente na arquitetura, mesmo com a falta de material”, declara.
Harpa Concert Hall
O Coletivo Criativo conheceu a casa da orquestra sinfônica e da ópera - Harpa. Um edifício impressionante, dono de uma fachada icônica que ‘brinca’ com vidros côncavos e convexos. Pamela Golin, Coordenadora de Produto da Officina Portobello, explica que a “caixa de vidro”, que cobre toda a estrutura de concreto tingido de preto - que remete à lava vulcânica propositalmente-, foi elaborada com aproximadamente 9.200 placas de vidro.
Todas as salas têm nomes da natureza islandesa e a própria forma hexagonal, presente em todo prédio, foi inspirada nas formas das colunas de basalto presentes no país. “Um projeto incrível. Utilizado para shows, concertos, óperas, ballet, recital de poesia. Era uma demanda do povo desde 1881”, pontua.
Assista a gravação do Coordenador de Produto, Edu Scoz, dentro da casa da orquestra sinfônica Harpa:
“É um exemplar magnífico da arquitetura moderna”, declara a arquiteta e moradora da região norte do Brasil, Natassia de Azevedo Souza Cruz. E completa: “Fiquei impressionada quando vi a fachada a distância, e mais ainda quando tive o prazer de conhecer o interior do prédio. A construção é ladeada por painéis espelhados, com um sistema de iluminação em cada célula assimétrica dela. A fachada tem um design diferenciado. O interior foi elaborado nas cores preto e vermelho que simbolizam a erupção vulcânica que é uma característica da região. É inspirador”.
Veja imagens registradas pelo Coletivo Criativo e inspire-se você também!
Golden Circle - Círculo Dourado
Nesta quarta-feira (23), o grupo visitou o Golden Circle - Círculo Dourado. O local é conhecido como circuito turístico da Islândia, com uma extensão de 300 km, passando pelo Parque Nacional de Thingvellir, pela queda de água de Gullfoss e pelo vale com atividade geotérmica de Haukadalur.
“Fantástico. Um verdadeiro espetáculo da natureza. Cheio de cores e texturas. O mundo é isso. Disponibiliza a inspiração, de forma gratuita, aos profissionais que trabalham com criação”, define o arquiteto piauiense João Almeida.
O almoço desta quarta-feira foi no Fridheimar, uma estufa de tomates! Veja a galeria de imagens do local, também registradas pelo Coletivo Criativo:
Blue Lagoon
O Blue Lagoon - Lagoa Azul foi o último destino dos profissionais na quinta-feira (24). Localizada a 39km da capital, Reykjavík, na cidade de Grindavík, o lugar vai inspirar os profissionais para uma imersão técnica, proporcionada pela integração entre natureza e arquitetura. A lagoa tem água aquecida naturalmente e nasceu de uma ideia sustentável. Antigamente, a usina Svartsengi usava a atividade geotermal para gerar energia elétrica. Após o processo, a água (quente) ficava em “piscina” artificial. Algum tempo depois, as pessoas passaram a tomar banho no local, devido às propriedades da água. O spa foi uma construção que deu certo.
Programa de Relacionamento
A viagem teve como proposta técnica o conhecimento da arquitetura e design local, e assim auxiliar o grupo na concepção de novas Linhas em porcelanato. O tour faz parte do Programa de Relacionamento Portobello+arquitetura e reúne profissionais com a ideia de capturar tendências.
A equipe foi liderada pelo Diretor da Portobello Shop, José Gonçalves Júnior, com o apoio do Coordenador de Produto da Portobello, Eduardo Scoz, da Coordenadora de Produto da Officina Portobello, Pamela Golin, e ainda da participação de 17 especificadores brasileiros renomados.
O Coletivo Criativo na Islândia segue até o dia 25 de maio. Após visitas e reuniões, o grupo participa de um workshop para avaliar as percepções de cada integrante e para, em uma segunda etapa, começar o processo de desenvolvimento de novos produtos.
Mas, sobre isso, você acompanha na próxima reportagem. Não perca!