O vinho do Porto possui um sabor particular comparado a outros vinhos tradicionais. Em realidade, não chega a ser classificado como um vinho, mas também não é um licor. O vinho do Porto se posiciona entre essas duas categorias, confira o porquê.
Fomos até Porto, em Portugal, e visitamos dois dos armazéns mais importantes da cidade, produtor do famoso vinho do Porto: a Taylor’s e Graham's.
Taylor’s e Graham's são as empresas mais antigas e importantes de vinho do Porto e possuem uma história de séculos, começando em 1692 e 1820, respectivamente. São empresas familiares que passou por gerações, onde essa interrupta tradição familiar só ajudou a continuar e aprimorar a experiência e a produção do vinho do Porto.
São sediadas no Porto, na região do Douro, e estão envolvidas em todas as fases do processo de produção: desde o plantio das uvas, o cultivo, à elaboração e o envelhecimento. É importante ressaltar que o vinho do Porto só pode ter o nome retribuído se é cultivado nessa região específica de Portugal.
Especificamente, o vinho do Porto é considerado melhor quanto mais anos repousar e mais envelhecido ele ficar. Ambas as empresas possuem uma das maiores reservas de vinhos raros envelhecidos em barris.
Para entender melhor como ele é feito, passamos por alguns tópicos:
- O início da primavera é tempo que começa o nascimento novamente de gomos e folhas de parreira que crescem vigorosamente. Ao longo dessa estação, elas vão crescendo e sendo amarradas aos arames para garantir uma posição vertical, tendo melhor exposição ao sol.
- No final do mês de maio, as flores transformam-se em pequenos cachos de uva, que crescem até estarem maduras para colheita em setembro.
- As uvas chegam até a adega e passam pela mesa de triagem, para uma minuciosa seleção.
- Em seguida, as uvas são amassadas, liberando seu suco e polpa.
- Após três dias, cerca da metade do seu açúcar natural foi transformado em álcool pela fermentação, chegando o momento da fortificação. A fortificação é a fase-chave na diferenciação do vinho do Porto para os demais vinhos: a adição de aguardente, que faz com que o sabor se fortifique, e o processo de fermentação pare.
- Depois o vinho passa aos barris de madeira para ficarem envelhecendo em repouso. Lembrando que quanto mais anos repousando dentro do barril, melhor e mais caro será o vinho do Porto.
O mínimo de anos que um vinho do Porto repousa no barril é de 2 a 3 anos. E há vinhos que ficam até 40 anos repousando no barril até serem abertos. Também há vinhos que envelhecem dentro da garrafa e esses ficam apenas um único ano na espera para ser vendido.
Os armazéns de vinho do Porto como a Taylor’s e a Graham's ficam localizados no meio da cidade do Porto e são todos abertos para a visitação. Lá é possível fazer um tour e ver de perto os barris, onde os vinhos repousam tranquilamente. Ao final sempre terá uma degustação para provar e comparar os vinhos de diferentes idades. Recomendamos a visita!