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Claudio, o afeto e a alegria para uma arquitetura do belo

Ele vinha com luz, homem alto, de gestos e movimentos largos. Sorriso maroto, algo ingênuo, puro.

Sempre me recordo da alegria!

Um bonito homem e o belo fazia.

Claudio Bernardes (Foto: Tuca Reines - Cortesia do Projeto Memória/Bernardes Arquitetura)

Fomos amigos e parceiros profissionais.

Vizinhos em exposições, era sempre uma oportunidade para uma longa e frutífera conversa. Generoso, de olhar observador, bom e crítico sincero.

Respirava o ofício que exercia e corajosamente se arriscava. Explorava o uso da cor, os materiais naturais, os desenhos dos telhados e o exercício das proporções.

Claudio Bernardes

Casa da Asa, 1999. (Foto: Leonardo Finotti - Cortesia do Projeto Memória/Bernardes Arquitetura)

Inventivo, desenhava seus projetos nas primeiras paredes que se erguiam. Paredes que se transformariam em grandes espaços com largas circulações, galerias, escadas generosas, pés-direitos duplos.

Amava e respirava a natureza; seus projetos dialogam com ela. Difícil saber o limite, a fronteira entre arquitetura e ambiente nas suas construções. Os vãos, portas e janelas sempre abertos, descortinados. Suas casas flutuam sobre o azul do mar ou caminham em palafitas. Suas coberturas de sapê camufladas pelas copas das árvores. A luz fluida penetra pelos vãos planejados e a brisa circula.

Claudio BernardesCasa Claudio Bernardes, 1990 (Foto: Leonardo Finotti - Cortesia do Projeto Memória/Bernardes Arquitetura)

Claudio BernardesCasa da Gávea, 1992 (Foto: Leonardo Finotti - Cortesia do Projeto Memória/Cláudio Bernardes Arquitetura)

A realização da arquitetura brasileira, da simplicidade na escolha e no uso de materiais como a pedra, a madeira, a palha, e o vigor da cor.

Sua personalidade sempre jovial, de espírito livre, e sua constante energia incorporaram e carimbaram seus projetos.

Sua assinatura na vibrante e comovente composição estética, herança inspiradora.

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