Por mais que possa parecer, sustentabilidade não é uma tendência do momento. Sustentabilidade é agir de forma responsável em relação ao meio ambiente, às pessoas e ao local que você ocupa como cidadão ou empresa. Ao longo dos seis episódios da série Portobello + Sustentável, é possível entender como de fato uma marca coloca isso em prática.
Depois de conhecer uma jazida de exploração de argila, a fábrica da Portobello, uma loja Portobello Shop sustentável, os motivos que tornam o porcelanato um produto sustentável e ESG e atuação social, chegou a hora da editora do Archtrends, Maria Silvia Ferraz, levar você para ver o porcelanato Portobello ganhando vida em um projeto de arquitetura.
Casa com certificação de sustentabilidade
Visitamos uma casa com certificação AQUA-HQE™ de gestão ambiental, em Riviera de São Lourenço, no litoral de São Paulo. O projeto é assinado pela arquiteta Mariana Crego, da construtora Crego Painceira. Maria Silvia conversou com a arquiteta na casa decorada do empreendimento The Golf Village, condomínio com 16 casas sustentáveis de alto padrão.
O principal acabamento da casa é o Kit Janeiro Off White, da Portobello. Ele foi aplicado no piso das áreas externas, sociais e íntimas. Está presente em praticamente em toda casa.
“Além da estética, foi importante para essa especificação ter a fabricação da Portobello, que prontamente providenciou toda documentação de sustentabilidade exigida pela certificação AQUA-HQE™. O design de Oskar Metsavaht, embaixador da Boa Vontade da UNESCO e fundador do Instituto E, que promove o desenvolvimento sustentável, também foi um fator importante na escolha dos revestimentos”, explica Maria Silvia.
A arquiteta conta a respeito dos inúmeros motivos que a levaram a escolher esse revestimento da Portobello para seu projeto sustentável: "Eu estava procurando algo que remetesse bastante a natureza, que tivesse um aspecto mais orgânico, um quê de rústico, mas ao mesmo tempo trouxesse essa sofisticação que a gente buscava mostrar na casa. Quando eu vi o piso no formato que ele é, lembrando pedra, e vi que é assinado pelo Oskar Metsavaht, percebi que conseguiríamos juntar uma série de nomes num único produto, numa única casa, que tem o mesmo viés, tem a mesma proposta de lutar pela sustentabilidade", relembra Mariana.
Sustentabilidade do piso ao teto
Outros materiais sustentáveis da casa são a madeira finlandesa utilizada no forro, nas brises e no deque e os armários com lâminas com menos formol. “A arquiteta questionou o uso de amônia e formol da fabricante de armários planejados. Com o passar do tempo, os móveis exalam esses materiais tóxicos que são inalados pelas pessoas da casa. Nos Estados Unidos só é permitido metade do formol que é usado aqui no Brasil. Então, para esse projeto, Mariana escolheu lâminas que iriam para exportação”, detalha Maria Silvia.
Paisagismo precisa ser bem aplicado
Inclusive a vegetação deve ser criteriosamente escolhida. Por mais que a utilização de plantas possa parecer sinônimo de sustentabilidade, nem sempre é o caso. Algumas espécies possuem níveis de alergia e toxicidade. Outras consomem muita água, outras ainda são exóticas e podem matar a vegetação nativa porque se disseminam muito facilmente.
“O condomínio The Golf Village fica ao lado de um corredor de mata preservada. Além do cuidado com o meio ambiente, a vegetação é fundamental no conceito de conexão com a natureza do empreendimento. Como as casas são de veraneio, a ideia é que aqui os moradores possam relaxar profundamente. E o verde incentiva esse estado de espírito”, mostra a editora.
Também se destaca a vegetação no interior da casa, como no jardim de orquídeas no átrio central. Esse espaço é responsável por criar uma ventilação com efeito chaminé, ajudando o ar a circular naturalmente e reduzindo a necessidade de ar-condicionado.
O boulevard central entre as casas, incluindo uma horta coletiva, terá paisagismo de Gil Fialho. As casas serão entregues também já com paisagismo e com irrigação automatizada.
Sustentabilidade tem tudo a ver com luxo
Arquiteta há oito anos, formada pela FAAP e com pós-graduação em Urbanismo pela Escola da Cidade, ambas em São Paulo, Mariana sempre direcionou sua formação pelo viés da sustentabilidade.
Ela fez um estágio em Chicago, no escritório ASGG, responsável pelo Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, em Dubai. Foi com esse time que ela aprendeu como unir luxo e sofisticação com sustentabilidade.
"Na verdade, sustentabilidade não é sucata, não é um plugin que você adiciona depois. Você fez o projeto inteiro depois você vai pensar 'o que eu posso adicionar?' Isso não funciona. É justamente quando você entende que não precisa abrir mão do seu conforto, da tecnologia, do que você gosta. Simplesmente ter responsabilidade, ter ética e fazer as coisas da melhor maneira. Isso é o princípio básico da sustentabilidade. E aí a gente consegue ver que sustentabilidade e luxo têm tudo a ver juntos”, afirma Mariana.
Atuando como arquiteta da construtora Crego Painceira, que é uma empresa familiar, Mariana conta sobre a história que os trouxe até aqui. “Meu avô veio da Espanha com vinte e poucos anos. Ele veio de um vilarejo onde existia uma cultura de que se aproveita tudo. Respeitar o meio ambiente e respeitar as outras pessoas, respeitar os recursos é ser inteligente”, ela diz.
O fundador da construtora, José Miguel Crego Painceira, trouxe essa aplicação para os negócios. “Toda minha família acabou nascendo com essa visão. E a nossa empresa já tem isso no seu DNA. O que a gente consegue, hoje, chamar de sustentabilidade na verdade, é o que ele implantou lá atrás, que era a inteligência e o respeito por tudo que você faz, por tudo que você usa”.
Mariana fala também sobre como o conceito não se aplica somente aos produtos, tem a ver com atitude: “É o respeito também, não só com o meio ambiente mas com os nossos clientes, com os nossos parceiros, com a nossa equipe. É provar que a gente está fazendo da melhor maneira possível e que isso é sustentabilidade. Você poder usar a tecnologia ao seu favor, o luxo, tudo que você quiser de maneira inteligente e responsável", finaliza a arquiteta.
Jornada da sustentabilidade
A lição que fica de toda essa jornada apresentada na série, que está chegando ao final, é que sustentabilidade é pensar no coletivo. Nos impactos que as ações de cada um causam no todo.
“A sustentabilidade do produto Portobello ganha escala quando figura em projetos de arquitetura sustentável. É o que chamamos de cadeia de valor. Portobello, construtoras, profissionais de arquitetura e consumidores finais juntos com um propósito em comum: um futuro mais sustentável. Desde a extração da matéria-prima até a casa para uma família são centenas de pessoas envolvidas no processo. E é fundamental que todos estejam engajados com a sustentabilidade. E cada um de nós pode contribuir para um planeta mais sustentável”, conclui Maria Silvia.