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Exposição CAMP "Notes oN fashion": a teatralização da moda no decorrer do século

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Vitrines com o interior pintado de diferentes cores fazem parte da cenografia da exposição Camp: Notes oN Fashion (Foto: Bárbara Cassou)

CAMP é um estilo muito falado nos dias de hoje, que está relacionado com a teatralização e o excesso da estética. Pode estar ligado, muitas vezes, ao movimento Kitsch — que significa brega, cafona e está relacionado ao consumo da massa. Esse desfile usa diferentes linguagens da moda para criar uma linha exagerada, artificial e irônica também, e é a tendência mais relevante para a moda atual.

Organizado por Andrew Bolton e Wendy Yu, ao cargo do “The Costume Institute” e patrocinado pela Fashion House Gucci, a exposição CAMP conta com mais de 200 objetos de moda, incluindo também pinturas e esculturas do século 17.

Várias marcas e designers contribuíram para a concepção da exposição com trajes icônicos de sua história, dentre eles: John Galliano, Karl Lagerfeld, Mugler, McQueen e Rei Kawakubo.

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Macacão desenhado por Versace exposto no MET (Foto: Bárbara Cassou)

O espaço da exposição foi desenhado pelo cenografista Jan Versweyveld junto ao departamento de design do MET, criando um entorno contemporâneo, colorido e exuberante, de acordo com a estética CAMP. Jan que já produziu o cenário de várias peças da Broadway, era a chave perfeita para o conceito desta exposição.

Objetos de moda que fazem parte dessa teatralização da tendência CAMP, como o retratado na imagem abaixo.

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Chapéu feito de cisne (Foto: Bárbara Cassou)

Ao longo da exposição é possível visualizar como designers e marcas de moda têm usado sua criatividade e experiências para se expressar e engajar o público por meio dessa estética.

É verdade que o movimento CAMP está muito presente hoje em dia nos vários campos da arte, desde a moda até a música. Falamos em CAMP quando Lady Gaga veste um vestido com estampa de carne crua. Falamos em CAMP quando os designers Viktor & Rolf usam citações irônicas bordadas na frente de seus vestidos, como “no photos please”. Falamos em CAMP também quando Gucci apresenta um desfile com modelos carregando a réplica de seu rosto pela passarela.

Mas também não é só no presente que há indícios dessa estética, pois a exposição também traz exemplos ao decorrer do século em que podemos encontrar a mesma referência. Por exemplo, nas roupas extravagantes de Louis XIV, na corte de Versailles, para passar a imagem de poder e extravagância.

Nas fantasias das dançarinas de Cabaret cheia de lantejoulas e franjas dos anos 1920. Na época do Renascimento, quando artistas esculpiam mármores exagerando e acentuando o corpo humano em busca das mais belas proporções do corpo humano.

Alessandro Michele, atual diretor criativo da Gucci é o mentor por trás da nova era da marca, que podemos dizer ser completamente CAMP. A fashion house usa de ideias, looks e conceitos extravagantes para extrair as coleções e levar até os acessórios.

Seu objetivo com a marca é criar um laboratório de ideias audaciosas, celebrando o individualismo e contrapondo-se ao conservadorismo cultural, ou seja: unindo-se inteiramente ao movimento CAMP.

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Vestido extravagante inspirado nos séculos passado que exemplifica a estética CAMP (Foto: Bárbara Cassou)

A exposição ainda segue em cartaz e foi seguida do famoso evento de celebridades MET GALA desse ano, que abordou CAMP como tema principal.

E você? Já pensou no seu look mais extravagante do armário? Inspire-se nesse movimento!

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