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Arquitetura italiana: 8 características que compõem seu estilo

arquitetura italiana

A arquitetura italiana inspira o mundo todo com seu estilo eclético bastante marcado pela história e pela arte do país. Desde casas rústicas e aconchegantes da Toscana até o estilo neoclássico das catedrais, vemos que a Itália é plural no seu legado para a arquitetura.

Neste post, vamos mostrar algumas dessas características e exemplos de construções que marcam a estética italiana e influenciam arquitetos da Itália e do mundo todo.

1. Traçado clássico

O estilo clássico é a junção das influências gregas e romanas na arquitetura. Os romanos herdaram muito da arte e estética grega e somaram isso ao conhecimento de arquitetura dos povos etrusco e muçulmano. Na época da Roma Antiga, eles ficaram conhecidos por construções que servem de referência e são replicadas até hoje, como aquedutos, basílicas, estradas, domos, arcos do triunfo, anfiteatros, termas e edifícios comemorativos.

As obras públicas se desenvolviam aleatoriamente pela cidade ao redor da praça pública, ao passo que as obras particulares eram projetadas ao redor de jardins.

As colunas são uma das características mais marcantes do estilo grego que foi abraçado pelo povo romano: os tipos de colunas feitas pelos gregos foram apropriados e redefinidos. Os estilos dórico, jônico e coríntio deram lugar ao compósito e ao toscano na construção de templos para deuses romanos.

Templos feitos em mármore, como o de Zeus, Atena e Apolo, serviram de referência para a construção dos templos romanos.

2. Estilo toscano

A arquitetura toscana tem origem nas construções típicas da Idade Média, época em que a maioria das construções era horizontal, de um ou dois andares, feita com paredes de pedras irregulares.

A casa tradicional da Toscana tem paredes grossas de pedra rústica ou de terracota, com portas e janelas de madeira. É bem simples em suas formas e representa o estereótipo de vida interiorana tranquila. O aconchego da casa de campo italiana serve de inspiração para projetos de arquitetura em que o objetivo é criar ambientes rústicos e confortáveis.

Esse estilo se parece muito com a arquitetura das casas no sul da França, que surgiram na época em que o império romano extrapolava os limites da Itália atual para regiões que hoje são França e Espanha — ou seja, faziam parte do mesmo território e tinham influências estéticas parecidas.

3. Móveis simples, sólidos e funcionais

Bastante relacionados ao estilo rústico das casas, os móveis simples, feitos de madeira maciça, também são uma marca bem forte do estilo italiano. Eles são práticos e privilegiam o aspecto cru da madeira, das pedras e dos tecidos, em vez do acabamento refinado. Também são um resquício da época Medieval, em que a maioria das pessoas não tinha condições de comprar móveis e por isso os produzia artesanalmente.

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4. Igrejas barrocas

Elas são cheias de elementos que dão impressão de grandeza, como os ornamentos feitos com materiais preciosos e as pinturas no teto, que parecem infinitas e representam o céu para os católicos. Um exemplo clássico é o teto da Capela Sistina, que foi pintado no início do movimento barroco na Itália.

Os detalhes eram feitos para emocionar e ao mesmo tempo demonstrar poder. As igrejas passaram a ser planejadas com a planta em formato de cruz latina em vez da cruz grega.

5. Tetos de abóbada

A utilização de arcos na arquitetura é herança do povo etrusco que vivia no centro da Itália. Hoje, os arcos e abóbadas estão tão integrados à arquitetura italiana que podem ser considerados um ícone do estilo presente em vários ambientes.

No início, essa forma de construir os tetos arredondados foi complicada. As primeiras abóbadas de berço deixavam o teto com muito peso, o que podia causar desabamentos e não permitia muito espaço para janelas, deixando os ambientes escuros. As abóbadas de aresta e de cruzaria surgiram depois e se apoiavam em colunas mais firmes, impedindo desabamentos e abrindo espaço para grandes janelas ou vitrais, que até hoje são característicos na construção de igrejas.

6. Cúpulas nas igrejas

Com os bizantinos, os romanos aprenderam a construir cúpulas, ou seja, abóbadas em forma de meia esfera, comuns nas igrejas bizantinas e em monumentos muçulmanos como o Taj Mahal.

As cúpulas romanas eram colocadas no centro das edificações. Uma das mais famosas é a Catedral de Santa Maria del Fiore, cujo planejamento e construção se deram paralelamente, ao contrário da imagem que se tinha antes do arquiteto que planeja sozinho. A catedral foi iniciada por Arnolfo di Cambio, mas sua cúpula foi concluída por Brunelleschi, inspirado pelo que tinha aprendido durante o período que passou em Roma.

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7. Arcos do triunfo

Os arcos triunfais eram construídos para celebrar a vitória dos exércitos romanos sobre seus inimigos. Na parte interna dos arcos, são esculpidas em baixo-relevo cenas das batalhas e dos triunfos dos exércitos, dedicatórias e homenagens. Eram geralmente construídos para os triunfos de guerra, mas também para eventos públicos, inaugurações, fundações de novas colônias e até mesmo em funerais de pessoas importantes.

Hoje existem 5 arcos do triunfo na cidade de Roma, um para a conquista de cada rei: Tito, Sétimo Severo, Constantino, Druso e Galliano. É uma construção tão famosa que inspirou a arquitetura de outras cidades, como Paris, que tem um dos arcos do triunfo mais famosos do mundo.

8. Releitura da Roma Antiga

Enquanto os países da Europa estavam construindo o estilo gótico de arquitetura, os italianos estavam começando a viver o Renascimento, movimento muito forte no país e que só chegou para o resto do continente séculos depois.

Ele representa uma redescoberta do estilo clássico, porém bastante inventivo. De forma alguma é uma cópia dos antigos projetos gregos; é uma releitura, recheada de novas influências e com uma crescente vontade de inovar e criar projetos individualistas, principalmente com as influências de Michelangelo.

As igrejas voltam para o padrão da planta em forma de cruz grega com uma cúpula central e privilegiam escalas mais humanas, menos verticalizadas, comuns nas construções góticas da Idade Média. Com o domínio do estilo clássico, os arquitetos começaram a se apropriar dele em diferentes contextos e quebrar as regras da tradição grega usando elementos que pertencem à sua própria cultura.

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