A partir de 1530, com a criação das capitanias hereditárias, houve o início do desenvolvimento da arquitetura e do urbanismo no Brasil. Pode-se dizer que houve influência indígena, dos colonizadores europeus e também dos povos africanos. Nesse período foram fundadas muitas vilas, o que proporcionou a construção de inúmeras igrejas, palácios, residências e edifícios públicos.
O legado artístico dessa época é muito importante para a história do Brasil, sendo chamado de arquitetura colonial. O período se estendeu até 1830, ou seja, da chegada dos portugueses até a independência do país. É interessante salientar que muitas dessas construções sobreviveram ao tempo e à civilização moderna.
É o caso do Museu Nacional, inaugurado em 1818, que inicialmente serviu de residência para a família real portuguesa (1808 a 1821) e, depois, abrigou a família imperial brasileira (1822 a 1889).
Após a arquitetura colonial, desenvolveram-se vários outros tipos de construção, como a barroca, a neoclássica e a eclética. Apresentamos, neste post, alguns destaques em arquitetura de museus brasileiros e suas histórias. Acompanhe!
1. Museu Nacional
Museu Nacional ( RJ)
No Rio de Janeiro, o Museu Nacional era um símbolo de arquitetura. Infelizmente, em 2 de setembro de 2018, ano em que o museu completou 200 anos de existência, o edifício foi destruído por um grande incêndio. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Manuel de Araújo e seguia uma linha neoclássica de construção. Ao todo, o edifício possuía mais de 13 mil metros quadrados.
O museu era importante historicamente, visto que no edifício a princesa Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, assinou em 1822 a Declaração de Independência do Brasil. Após, também foi palco da primeira Assembleia Constituinte da República, marco do fim do Império no país.
Maior e mais antigo centro científico do Brasil, assim como o maior museu de história natural, o local abrigava mais de 20 milhões de itens, que incluíam fósseis, obras de arte, documentos, livros raros e peças indígenas.
No dia 13 de dezembro foi lançada uma parceria entre o Museu Nacional e Google Arts & Culture, o que permite que a riqueza do acervo seja visualizada em um tour virtual. A plataforma mostra, em imagens de 360º, as salas do museu antes do incêndio, englobando oito exposições e cerca de 60% dos espaços que antes eram destinados à visitação.
2. Museu Imperial
Museu Imperial
O Museu Imperial também é conhecido como Palácio Imperial por ser o local de verão de Dom Pedro II. Para desenvolvê-lo, foram recrutados estimados arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: João Guillobel e José Maria Rebello. O objetivo do imperador era criar uma construção neoclássica e, para incrementá-la, contratou o paisagista Jean-Baptiste Binot. As obras iniciaram-se em 1845.
Sob orientação de Dom Pedro II, Jean criou um belo jardim para o palácio, que até hoje possui mais de 100 espécies de flores e árvores trazidas de cerca de 15 regiões do mundo. Além disso, foi criado um cinturão verde nos entornos do edifício que conta com árvores exóticas, vindas de Madagascar, e outras variadas espécies.
O Museu Imperial foi inaugurado em 1943, com um acervo de peças referentes ao período Imperial no Brasil. Atualmente, também há peças associadas à monarquia. O interessante é que grande parte do interior ainda se preserva, como a mobília e os pisos.
O interessante é que o Museu Imperial também possui um tour virtual com imagens em 360º.
3. Museu Oscar Niemeyer
O MON, ou Museu Oscar Niemeyer, foi projetado pelo próprio Niemeyer. O edifício, conhecido popularmente como museu do olho, é uma união entre a arquitetura moderna e a contemporânea. Isso porque em 1978 foi inaugurado o edifício Presidente Humberto Castelo Branco, projetado por Oscar para abrigar secretarias de estado.
Em 2002, houve a construção do “olho”, também projetado por Niemeyer. A obra é feita de concreto e vidro, na lateral do edifício principal, sendo ligado a ele por uma passagem subterrânea. A base que sustenta o “olho” é revestida por cerâmicas com desenhos do próprio arquiteto.
Após a finalização dessa obra e de outras melhorias, a construção foi transformada em museu. A área construída possui mais de 35 mil metros quadrados. O acervo conta com mais de 3 mil obras, entre telas, fotografias, esculturas e outros. Além disso, há salas para exposições rotativas. As exposições que já passaram pelo museu podem ser vistas pelo tour virtual em 3D do MON.
4. Instituto Ricardo Brennand
Instituto Ricardo Brennand
O Instituto, criado pelo empresário pernambucano Ricardo Brennand, fica em Recife, no bairro da Várzea. O objetivo era abrigar suas preciosas coleções, que conta com obras de artes, réplicas de esculturas, armaduras e até livros raríssimos.
O lugar possui mais de 70 mil metros quadrados divididos em três regiões: o castelo, a pinacoteca e a biblioteca. O castelo foi construído em semelhança aos castelos ingleses, no estilo Tudor. O interessante é que a construção é considerada uma pastiche, ou seja, uma cópia de obras que foram desenvolvidas em períodos anteriores. Também chamado de Museu Castelo São João, esse edifício abriga a maior coleção de armas brancas de um colecionador particular do mundo.
A pinacoteca, espaço cultural, abriga obras referentes ao período Brasil holandês, como obras, documentos e telas. Já a impressionante biblioteca possui mais de 60 mil títulos. O tour virtual completo pelo IRB está disponível neste link.
5. MASP (Museu de Arte de São Paulo)
Museu de arte de São Paulo (MASP)
Esse museu foi inaugurado em 1947 por Pietro Maria Bardi e Assis Chateaubriand. A arquiteta responsável pela idealização foi Lina Bo Bardi.
A ideia era realizar exposições periódicas, promover concursos de arte e conferências de artistas e abrir escolas sobre temas variados, como pintura, gravura, design industrial, ecologia, escultura, fotografia, jardinagem, dança, cinema, teatro e moda.
A coleção que acomoda é considerada uma das mais importantes do Hemisfério Sul, visto que seu acervo conta com artistas brasileiros e estrangeiros do século XIX ao século XX. Entre os nomes ilustres com obras expostas estão Sandro Botticceli, Monet, Renoir, Van Gogh, Manet e Degas, El greco e goya e Vélazquez.
Além das incríveis obras que abriga, o MASP também é um atrativo devido a sua arquitetura, tornando-se o símbolo da capital paulista. O museu foi projetado como um imenso contêiner, a fim de comunicar o que no passado foi conhecido como monumental.
O edifício é um grande volume suspenso a oito metros do solo, com extensão de 74 metros entre os pilares. No total, o museu tem aproximadamente 10 mil metros quadrados. O vão livre, localizado abaixo do museu, é palco de exposições, debates e encontros de artistas.
E então, gostou de saber um pouco mais da história de alguns museus brasileiros? Se você já visitou algum desses edifícios, conte a sua experiência para nós no espaço para comentários!