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Arquitetura alemã: conheça as características desse estilo

Cair e se reerguer: a história da Alemanha se reproduz em diferentes áreas do país. Indústria, comércio, cultura e até mesmo as artes tiveram que se reinventar após guerras e revoluções. Na arquitetura, não foi diferente.

Marcadas pelos telhados inclinados e os detalhes em madeira, as casas no modelo “enxaimel” nos remetem imediatamente à Alemanha. Mas você sabe por que esse estilo se tornou tão disseminado no país?

Se você se interessa pelo tema e quer saber mais sobre a arquitetura alemã, continue a leitura do post!

A história da arquitetura alemã

No fim da Idade Antiga, a arquitetura alemã seguia o mesmo modelo de todas as regiões dominadas pelos romanos: uma muralha ao redor de ocupações quadrangulares, divididas por duas vias principais que se cruzavam e marcavam o encontro dos poderes da época, a sede de comando e o templo religioso — respectivamente, representando o poder secular e a religião.

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Com o enxaimel, as casas passaram a durar gerações e evoluir tecnicamente incluindo vários elementos estruturais e culturais.

O fim da era romana na região deu início à era medieval. Com o passar do tempo, as noções de sociedade e organização evoluíram concomitantemente ao crescimento das cidades. Um novo estilo arquitetônico também surgiu.

Já desapegados das grandes muralhas, o povo alemão ergueu castelos, igrejas, mercados. Nessa época, já havia uma clara divisão entre a nobreza e as classes menos privilegiadas, traduzida no tamanho das residências. Quanto maiores as casas, mais abastadas eram as pessoas.

O tempo passou e os padrões e estilo de construções também foram desenvolvidos. Surgia, então, um dos estilos que mais caracterizam e identificam a Alemanha: o estilo enxaimel.

Mesmo após batalhas medievais e as guerras mundiais, o Fachwerk — palavra em alemão para enxaimel — foi preservado e é bastante utilizado na atualidade.

O estilo enxaimel

Trata-se de uma técnica de construção baseada na montagem de paredes com hastes de madeira encaixadas entre si. O posicionamento dessas hastes pode ser horizontal, vertical ou inclinado e o preenchimento entre os espaços é feito, basicamente, por pedras e/ou tijolos.

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Os tirantes de madeira dão estilo e beleza às construções do gênero Enxaimel, produzindo um caráter estético único

O perfil estético é bem característico quando o assunto é o estilo enxaimel. As peças de madeira asseguram beleza às construções, dando a elas um ar mais robusto.

Um outro fator marcante é o telhado. Bastante inclinado, esse padrão foi estabelecido devido ao clima alemão, reconhecido pelo alto volume de chuvas e umidade durante praticamente todo o ano. O motivo é o seguinte: a estrutura elevada e bem inclinada faz com que a madeira não se molhe.

De modo geral, as casas em estilo enxaimel eram fáceis de construir e eram bem acessíveis financeiramente. O processo de montagem se dava nas seguintes etapas:

O modelo é utilizado até hoje em diferentes cidades da Alemanha. Alguns mantêm o padrão tradicional e outros preferem fazer releituras com adaptações mais modernas e contemporâneas. O estilo enxaimel, aliás, é utilizado em diversos outros países ao redor do mundo, inclusive no Brasil, em cidades que têm forte influência alemã.

O uso de cores vibrantes nas construções

O povo alemão é reconhecido pelo seu pragmatismo e objetividade. Tudo feito por eles deve ter um propósito e deve cumprir um papel.

Na arquitetura, o mesmo acontece. Em todas as construções, a funcionalidade dos cômodos e móveis sempre foi uma questão importante para o planejamento e execução das obras. Além da disposição estratégica de cada espaço de uma casa e dos seus móveis, as cores também eram pensadas de acordo com os mesmos critérios.

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Construções em Bamberg, na Alemanha

Principalmente na parte externa da casa, as cores vibrantes compõem um visual sóbrio, mas, ao mesmo tempo, marcante e definido — até impactante, de certa forma. Vermelho, alaranjado, amarelo, azul, verde… As variações são infinitas e preenchem as construções por completo.

O curioso desse uso de cores é a composição e atmosfera que as várias casas formam nas ruas e vilas alemãs. As construções são praticamente monocromáticas, mas, quando unidas à vizinhança, formam um verdadeiro arco-íris. As casas, cada uma com sua cor, se unem para a criação de uma paisagem vibrante e quente, destoando da frieza do clima alemão.

O minimalismo nos traços da arquitetura alemã

O estilo minimalista está associado à funcionalidade das obras da arquitetura alemã. Funcionalismo e minimalismo se complementam perfeitamente, afinal, o propósito do estilo é deixar de lado os excessos e priorizar apenas o que é essencial.

Nesse contexto, vale lembrar que a famosa frase “menos é mais” é de autoria de Ludwig Mies Van Der Rohe, um arquiteto alemão visto como o principal nome do minimalismo.

De modo geral, as construções desse estilo têm um visual clean. Possuem linhas retas e perpendiculares e abusam do uso de materiais industriais, como concreto e vidro. Há um foco maior na integração e aproveitamento de espaços e, principalmente nas áreas internas, o uso de cores neutras e calmas é mais utilizado.

Linha Ecollection, da Portobello. Além do tom natural, foi desenvolvida uma cor com nuance marfim, alcançada a partir de um processo artesanal de clareamento sob a água. A coleção resgata o Pau Brasil em porcelanato e surpreende pela beleza da cor e dos veios dessa madeira.

O espírito modernista como inspiração para os profissionais

O estilo da arquitetura alemã é, hoje, visto como fonte de inspiração e referência para profissionais e estudantes de arquitetura em todo o mundo. Associado a uma visão e recursos mais modernos, essas mesmas pessoas criam releituras do padrão alemão e, adequadas à contemporaneidade, oferecem um novo olhar à arquitetura tradicional.

As vigas de aço e chapas de fibrocimento substituem as toras de madeira no estilo enxaimel. Da mesma maneira, os preenchimentos são feitos de alvenaria ou vidro temperado, sempre de acordo com a função da parede na casa ou dentro de um cômodo.

Já os telhados passam a ter diferentes níveis de altura e inclinação, sempre com um propósito mais estético do que funcional na atualidade.

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A grande inclinação dos telhados é uma das grandes características da arquitetura alemã

A utilização do aço garante mais leveza e dá uma identidade ao projeto executado. As paredes de vidro oferecem mais iluminação e promovem a sensação de mais espaço, despertando até mesmo um senso de liberdade.

Os ambientes integrados favorecem um melhor aproveitamento de cada canto da casa para diferentes finalidades. Descanso e conforto ou agito e encontros com os amigos são oferecidos de maneira mais eficiente e simplificada.

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Linha Ecollection, da Portobello. Além do tom natural, foi desenvolvida uma cor com nuance marfim, alcançada a partir de um processo artesanal de clareamento sob a água. A coleção resgata o Pau Brasil em porcelanato e surpreende pela beleza da cor e dos veios dessa madeira.

O estilo alemão em terras brasileiras

Arquitetura Alemã | Divulgação / Paulo Volles

A influência alemã faz parte do dia a dia de qualquer brasileiro. Seja no hábito cervejeiro de ambas as nações, na gastronomia recheada de salsicha e batatas, na moda esportiva e casual ou até mesmo no cenário automotivo, sempre há algo alemão em nosso cotidiano. Na arquitetura e construção, não é diferente.

Marcadas por uma beleza e imponência características, as construções de estilo carregam toda a disciplina, dedicação e personalidade alemã para diferentes locações brasileiras. Muitas delas foram construídas pelos próprios alemães. Munidos de máquinas e equipamentos de alta tecnologia, principalmente na época em que migraram para o Brasil, eles mesmos fabricaram tijolos, telhas e pisos que traziam toda a sofisticação germânica.

Um local que tem esse DNA alemão é o município de Cruzeiro do Sul, no Acre. Desenvolvida por missionários alemães da Igreja Católica, a cidade tem como principais cartões-postais as construções alemãs que foram sendo erguidas desde o início da década de 1930. A partir de então, o estilo e a identidade marcados por tijolos e pedras chamam a atenção de todos que passam por lá.

A influência arquitetônica alemã também está presente no resto do Brasil — principalmente em cidades do sul do País. Blumenau e Pomerode, em Santa Catarina, por exemplo, são municípios que, além do estilo enxaimel e da arquitetura alemã, trazem toda a cultura e os costumes de uma nação que foi e ainda é marcante na história mundial.

Arquitetura Alemã | Divulgação / Paulo Volles

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