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Inspire-se no trabalho de 4 arquitetas que deram outra visão ao mundo

Já percebeu que, ao procurar por grandes nomes da arquitetura mundial, as mulheres aparecem com pouca frequência? Se não tiver reparado, faça um exercício simples: abra o Google e pesquise "maiores arquitetos do mundo".

Isso não significa que houve uma falta de participação feminina na arquitetura ou que não existiram trabalhos suficientes capazes de quebrar barreiras e inovar na profissão. Muito pelo contrário, elas sempre estiveram ali. Porém, viveram em meio a uma sociedade que, na sua maioria, quase não reconhecia obras assinadas por mulheres.

Os tempos mudaram e, mesmo que agora elas tenham ganhado o seu espaço, vários nomes históricos caíram no esquecimento. Como acreditamos na influência das mulheres na arquitetura, fizemos este post listando algumas das figuras mais importantes da área.

Continue lendo e entenda por que o trabalho de cada uma delas foi tão notável para a sociedade!

Mulheres na arquitetura

mulheres na arquitetura
SESC Pompeia, em São Paulo, por Lina Bo Bardi

1. Lina Bo Bardi

Nascida no ano de 1914, na Itália, Lina Bo Bardi mostrou interesse na arquitetura desde muito cedo. Após se formar pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma, não demorou para que ganhasse o seu espaço.

Em meio a um período de ascensão, a carreira de Lina passou por momentos turbulentos que tinham como contexto a Segunda Guerra Mundial. No ano de 1943, ela teve seu escritório bombardeado e, após se filiar ao Partido Comunista Italiano, encontrou refúgio no Brasil.

Apesar de ter nascido em Roma e iniciado seu contato com a profissão na Europa, foi por aqui que a arquiteta deixou o seu legado. Seu maior projeto foi o do Museu de Arte de São Paulo, conhecido como MASP.

Lina encontrou no Brasil a oportunidade de desenvolver um estilo próprio de maneira inovadora e livre. A arquitetura europeia na época estava massacrada pela guerra e não havia muito espaço para os profissionais aperfeiçoarem suas habilidades.

Já o Brasil andava na contramão de toda a catástrofe que acontecia na Europa e era uma terra que abraçava novos movimentos da arte e da arquitetura. Dessa forma, a profissional descobriu seu interesse em unir os conceitos do Modernismo com a arte popular.

Além de projetar o MASP, Lina Bo Bardi também foi responsável por outro prédio notável: o SESC Pompeia, em São Paulo, símbolo de um forte movimento artístico-cultural da capital paulista.

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SESC Pompeia, em São Paulo

2. Marion Mahony Griffin

A arquiteta estadunidense nasceu no ano de 1871. Naquela época, mulheres não exerciam a profissão, e Marion foi uma das primeiras arquitetas licenciadas de todo o mundo.

Apesar de ser pioneira na área, ela sofreu muito por não conseguir encontrar o seu lugar em meio a um mercado dominado por homens. Depois de atuar por 15 anos no escritório de Frank Lloyd Wright, famoso arquiteto norte-americano, seu trabalho ainda era reconhecido apenas como uma ajuda para seus colegas do sexo masculino.

Marion era especialista em projetos e perspectivas visuais feitas em aquarela. Ela se ocupava tanto da área de paisagismo quanto de edificações, e é uma das participantes originais do movimento Prairie School.

Prairie School (em português, Escola Praire) foi uma vertente arquitetônica importante nos Estados Unidos, que pregava principalmente a simplicidade e a funcionalidade dos ambientes — em contrapartida ao neoclássico que fazia sucesso na época.

É possível afirmar que a vida profissional de Marion Mahony, um ícone tão emblemático na arquitetura feminina, foi ofuscada por seus superiores, que não reconheceram o seu trabalho e ainda saíram prestigiados inúmeras vezes.

Apesar de tantos momentos de turbulência, hoje em dia a carreira da arquiteta é reconhecida mundialmente e ela já foi considerada, inclusive, a "maior desenhista de arquitetura de sua geração" por historiadores da área, como Reyner Banham.

3. Zaha Hadid

arquiteta de origem iraquiana iniciou sua carreira em meados dos anos 70, época na qual a profissão passou por uma fase de mudança na sociedade. É possível perceber essas características nas edificações desenhadas por Hadid com formas inusitadas, criativas e completamente à frente do seu tempo.

Suas obras se enquadram na corrente desconstrutivista da arquitetura, que teve espaço na era pós-moderna, em meados dos anos 80. O movimento tinha como principal característica a mudança das formas e volumes dos projetos, e isso era feito a partir da projeção de edifícios com teor abstrato.

Zaha trabalhava em Londres, mas seus projetos mais notáveis podem ser encontrados no mundo todo. Veja alguns deles abaixo:

Após deixar um legado de obras que quebraram paradigmas e propuseram uma visão artística da profissão, Hadid foi reconhecida com o prêmio Pritzker, o "Nobel da Arquitetura". Com isso, ela conquistou o marco de ser a primeira mulher e a primeira pessoa árabe a receber a honraria.

Em Mulheres na arquitetura, biblioteca e Centro de Aprendizagem da Universidade de Economia de Viena / Zaha Hadid

4. Teresa Borsuk

Apesar de a nossa lista conter vários nomes mais antigos, tem espaço de sobra para arquitetas memoráveis que ainda estão na ativa, como Teresa Borsuk, que tem 61 anos.

Seu interesse pela arquitetura iniciou cedo e, já na infância, ela praticava a profissão de brincadeira enquanto montava casas de Lego. Com o passar do tempo, o desejo de seguir carreira continuou, e Teresa recebeu seu diploma pela University College London, sua terra natal, no ano de 1981.

Borsuk é muito conhecida por seus projetos de reforma e construção de fachadas de casas e edifícios, e sua habilidade de transformar o antigo em novo sempre foi elogiada ao longo de seus 30 anos de carreira.

Além do inegável talento, outro motivo que fez com que a profissional se tornasse um ícone mundial foi sua capacidade de liderança e a busca por igualdade entre os gêneros. Essa característica consagrou Teresa com o troféu de arquiteta do ano pela AJ Woman Architect of the Year.

Ao assumir em 2014 o cargo de sócia do escritório Pollard Thomas Edwards Architects, Teresa aumentou o número de profissionais do sexo feminino em mais de 50%. Isso representou uma vitória para um grupo que ganha pouquíssimo reconhecimento internacional — ainda que seja maioria no Brasil (aqui, 60% dos arquitetos são mulheres).

De todos os ganhadores do Pritzker, que acontece anualmente desde o ano de 1979, apenas duas são mulheres! Ações como a de Teresa, então, devem ser valorizadas e reproduzidas cada vez mais em escritórios de todo o mundo.

E então? Depois de conhecer histórias tão inspiradoras de mulheres na arquitetura, que tal compartilhar este conteúdo nas redes sociais para que os seus amigos fiquem por dentro do assunto?

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